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NOVIDADES
Próteses dentárias, por fatores individuais, sistêmicos ou tempo de uso, exigem a reconstrução de sua base com materiais chamados reembasadores. Reembasadores poliméricos (resinas + plastificantes ou elastômeros de silicone) têm a função de refazer a superfície da prótese em contato com a gengiva, reduzir forças transmitidas ao osso e são indicados para próteses totais, em paciente com grande reabsorção óssea, ou no processo de cicatrização de implante sem próteses provisórias. Entretanto, porosidades derivadas de sua formação estrutural e composição facilitam a ocorrência de contaminação microbiana, podendo levar a graves problemas locais como perda, infecções ou atraso na cicatrização dos implantes; dor; desconforto; e doenças graves como endocardite bacteriana, doenças do trato respiratório; infecções orofaríngeas, no esôfago, interferindo no sucesso do tratamento reabilitador, na saúde e na qualidade de vida dos pacientes. Adicionar potencial antimicrobiano a estes materiais reembasadores traria muitas vantagens para a população, reduzindo risco de doenças oportunistas e o risco de complicações em muitas pessoas, especialmente as imunocomprometidas. Muitas modificações foram propostas para estes materiais com a incorporação de antimicrobianos culminando no insucesso devido à alterações nas propriedades físico-químicas e mecânicas, que acabaram por inviabilizar o seu uso. Em artigo de titulo Influence of AgVO3 incorporation on antimicrobial properties, hardness, roughness and adhesion of a soft denture liner, publicado no prestigioso periódico Scientific Reports-Nature, pesquisadores do Departamento de Materiais Dentários e Prótese da Faculdade de Odontologia da USP-Ribeirão Preto e do Laboratório de Química do Estado Sólido do IQ-Unicamp, propuseram o uso do nanomaterial vanadato de prata decorado com nanopartículas de prata (AgVO3), incorporado a um material reembassador. O material reembasador modificado foi eficiente antimicrobiano nas concentrações de 1% e 2,5% de (AgVO3) apenas para o microrganismo E. Faecalis, e 5% e10% foram efetivos para os microrganismos E. faecalis, P. aeruginosa e C. albicans. (Fig.1) As vantagens apresentadas pelo AgVO3, tais como, a não formação de aglomerados, capacidade antimicrobiana, baixo índice de toxicidade e baixa interferência nas propriedades mecânicas, viabilizou seu uso em diferentes concentrações associado a um reembasador resinoso conferindo-lhe ação antimicrobiana, propriedades de adesão, dureza e rugosidade satisfatórias e/ou melhoradas. Fig.1. Atividade antimicrobiana do AgVO3 decorado com nanopartículas de prata em diferentes concentrações contra diferentes microrganismos. A, E. faecalis; B, C. albicans; C, S. aureus; D, P. aeruginosa. As amostras no topo de cada placa é o controle (0% AgVO3) e no sentido anti-horário temos as concentrações 1; 2,5; 5 e 10%. (Imagem Scientific Report-Nature).
O artigo de autoria de Simone Kreve, Viviane C. Oliveira, Luciano Bachmann, Oswaldo L. Alves e Andréa C. Dos Reis que deu origem a esta matéria, pode ser lido em https://www.nature.com/articles/s41598-019-48228-8. As pesquisas colaborativas entre os dois laboratórios, coordenadas na USP-Ribeirão Preto por Andréa Cândido dos Reis e na Unicamp por Oswaldo Luiz Alves, foram iniciadas em 2013 e continuam em grande atividade tendo já produzido um relevante conjunto publicações e produtos com elevado potencial de aplicabilidade. Os trabalhos podem ser acessados clicando aqui. LQES NEWS -Ano XVIII no. 431, 01 de novembro de 2019 (ACR/OLA). |
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