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NOVIDADES
Esta causa está muito em voga: os biocombustíveis (agrocombustíveis), obtidos via agricultura, conduziriam a um desastre ecológico e alimentar. Espera-se, por conseguinte, muito dos biocombustíveis ditos de segunda geração, ou seja, obtidos a partir de restos vegetais. Um fungo devorador de tecidos poderá nos ajudar... A história, parece, começou durante a Segunda Guerra Mundial quando o exército dos Estados Unidos combatia no Pacifico Sul um inimigo suplementar: o Trichoderma reesei. Esse fungo microscópico era o culpado, procurado há muito tempo, pela destruição maciça dos tecidos em algodão, ou seja: roupas, barracas e pára-quedas. Sua voracidade testemunha uma surpreendente eficiência em transformar a celulose, ou seja, a matéria que circunda as células vegetais, em açúcares simples, chamados monossacarídeos, que lhe servem de alimento. A primeira explicação desse apetite, superior àquele das espécies mais próximas, é uma produção excepcionalmente elevada de enzimas que degradam a celulose. Trichoderma reesei. Créditos: Wikipedia
Aliás, a idéia de utilizar o fungo da degradação da celulose não é nova, uma vez que se encontra uma "pista", já em 1994, na revista Enzyme and Microbial Technology (vol. 16, no. 10, pp. 870-882), em trabalho de dois autores, Anjani Kumari e T. Panda, do Instituto Indiano de Tecnologia. Na França, o INRA (Instituto Nacional da Pesquisa Agronômica) e o CIRAD (Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento) procuram igualmente utilizar esse fungo para produzir combustíveis a partir de biomassa vegetal. Esse programa, mais ambicioso, quer dotar o champinhon de genes que lhe faltam: o pequeno tricoderma, de fato, não sabe digerir a lignina, esse grupo de polímeros inventado pelos vegetais e que constituem a madeira. Um fungo geneticamente modificado, que teria recebido genes de outras espécies, poderia, portanto, eficientemente, pensam esses pesquisadores, valorizar a madeira abandonada pela exploração florestal. O tricoderma T. Reesei forma filamentos nos quais são vistas as proteínas (coloridas em vermelho) e o "envelope" de quitina (em azul). Créditos: Mari Valkonen, VTT Technical Research Center, Finlândia
Nos Estados Unidos, a empresa Greenfuel já propôs um reator utilizando algas que convertem o gás carbônico ou fumaças de fábrica em óleo que serve de combustível para um motor diesel. Mal começou, a produção de biocombustíveis à base de colza, de girassol, de beterraba, de soja, de cana-de-açúcar ou de cereais já dá sinais de obsolescência, tanto que parece impossível socorrer as necessidades mundiais de biocombustíveis. As algas e os fungos podem vir a ser uma boa solução. Futura Science, consultado em 23 de maio de 2008 (Tradução - MIA). |
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