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NOVIDADES
O problema é conhecido há vários anos. Quando os pesquisadores tentaram determinar de maneira precoce a doença de Alzheimer, a partir de imagens do cérebro, a variabilidade entre indivíduos mostrou-se muito importante para que fossem elaboradas simples regras de detecção. Assim, o volume do hipocampo - zona privilegiada da memória e principal zona lesada pela doença - pode ser, paradoxalmente, menor em um indivíduo sadio do que em um doente. Sendo bastante imprecisa essa medida, os pesquisadores da equipe de Pierre Celsis (INSERM - Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica, França) estudaram outro critério: a espessura cortical. O córtex, ou substância cinza, contém as células nervosas ou neurônios que subjazem às funções cognitivas, sensoriais e motrizes. Contrariamente ao volume do hipocampo, a espessura do córtex varia pouco entre os indivíduos. Considerando-se que a doença de Alzheimer afeta certas zonas corticais mais do que outras, a equipe determinou aquelas mais sensíveis à doença. A medida da espessura média destas permite deduzir se o paciente examinado evoluirá em um futuro próximo para uma doença de Alzheimer. Os dados examinados provêm de uma vasta amostra americana cujos sujeitos, acompanhados durante dois anos e apresentando distúrbios leves de memória, são susceptíveis de evoluir, em uma proporção impossível de ser determinada no início, para uma doença de Alzheimer. ![]() Vista em corte de uma MRI da espessura cortical de um sujeito são (à esquerda) e de um paciente que apresenta a doença de Alzheimer (à direita). Créditos: INSERM.
O método proposto permite detectar precocemente estes pacientes. O programa desenvolvido pelos pesquisadores deve ser agora validado por um amplo estudo na população geral, a partir das imagens fornecidas por aparelhos de IRM cuidadosamente regulados. Ele poderá, então, indicar ao médico, em menos de 20 minutos, se o paciente é altamente susceptível, ou não, de desenvolver o mal de Alzheimer nos meses ou anos seguintes. INSERM (Tradução - MIA). Nota do Scientific Editor: o trabalho que deu origem a esta notícia: "Early diagnosis of Alzheimer's disease using cortical thickness: impact of cognitive reserve", de O. Querbes, F. Aubry, J. Pariente, J. A. Lotterie, J-F. Démonet, V. Duret, M. Puel, I. Berry, J.-C. Fort e P. Celsis, foi publicado on-line na revista Brain, 2009, DOI: 10.1093/brain/awp105. Assuntos Conexos: |
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