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NOVIDADES
O bioetanol é produzido pela transformação de açúcares da biomassa vegetal pela levedura Saccharomyces cerevisiae. É o mesmo microorganismo responsável pela fermentação e produção de bebidas alcoólicas. Se, nesses últimos anos, a produção de etanol aumentou fortemente para atingir 65 bilhões de litros por ano, foi para responder à demanda de agrocombustível dos carros flex-fuel. Portanto, essa produção compete com as produções agrícolas alimentares e coloca em perigo numerosas populações no mundo. Por outro lado, o balanço ambiental desses agrocombustíveis produzidos a partir de culturas dedicadas é contestado. A levedura Saccharomyces cerevisiae, produtora de etanol para as bebidas e os agrocombustíveis (vista ao microscópio eletrônico). Créditos: AJC1 CC by-nc-as.
O problema é que esse procedimento gera, além de etanol, os subprodutos parasitas. O acetato, em primeiro lugar, que é produzido em quantidade significativa. O acetato inibe a produção de etanol pelas leveduras, podendo mesmo bloqueá-la. O glicerol, a seguir, que pode representar 4% dos açúcares transformados. Por muito tempo, sua formação pareceu inevitável. Para resolver o problema, considerou-se até o presente realizar uma segunda fermentação pela bactéria Escherichia coli ou ainda recuperar o glicerol para valorizá-lo de outro modo, sob a forma de sabão. Assim modificado, a levedura é capaz de transformar o acetato em acetanol e a produção de glicerol é totalmente abolida. Síntese simplificada de bioetanol a partir de resíduos agrícolas (palha de trigo), com a ajuda da levedura Sacchromyces cerevisiae convencional (no alto) e depois de sua modificação genética (abaixo). Quando de uma fermentação clássica, a produção de acetato inibe a reação e uma parte de açúcares é transformada em glicerol. Com a levedura modificada, o acetato é transformado em etanol e não há mais produção de glicerol. Créditos: G. Macqueron/Futura - Sciences.
Os ganhos potenciais de vários bilhões de litros de etanol prometidos por esse conceito necessitam ainda de pesquisas mais amplas para aplicá-lo ao stress dos procedimentos industriais. Os pesquisadores da Delft solicitaram uma patente, esperando colaborar com parceiros industriais para acelerar a passagem do laboratório ao desenvolvimento industrial. Futura Sciences (Tradução - MIA). Nota do Scientific Editor: o trabalho original que deu origem a esta notícia: "Elimination of glycerol production in anaerobic cultures of Saccharomyces cerevisiae engineered for use of acetic acid as electron acceptor", de autoria de V.G. Medina, M. J.H. Almering, A.J.A. van Maris e J.T. Pronk, foi publicado on-line no periódico Applied and Environmental Microbiology, 2009, DOI:10.1128/AEM.01772-09. Assuntos Conexos:
Etanol celulósico: nos EUA, passa à escala industrial. Em 2010 o etanol celulósico será rentável, garante a Novozymes. Biomassa oriunda de madeira e resíduos vegetais pode gerar biocombustível. |
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