Laboratório de Química do Estado Sólido
 LQES NEWS  portfólio  em pauta | pontos de vista | vivência lqes | lqes cultural | lqes responde 
 o laboratório | projetos e pesquisa | bibliotecas lqes | publicações e teses | serviços técno-científicos | alunos e alumni 

LQES
lqes news
novidades de C&T&I e do LQES

2021

2020

2019

2018

2017

2016

2015

2014

2013

2012

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

2004

2003

2002

2001

LQES News anteriores

em foco

hot temas

 
NOVIDADES

Seria o grafeno uma solução para a sede no mundo ?

A equipe de Jeffrey Grossman do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), EUA, acaba de desenvolver uma alternativa econômica aos métodos de dessalinização da água do mar utilizados atualmente. Trata-se de membranas de grafeno que permitiriam, no limite, tornar potável os 97% da água salgada do globo.

Encontrar soluções para o esgotamento das fontes terrestres, especialmente a água potável, é urgente. Uma destas soluções seria a dessalinização da água do mar, que consiste de 97% dos recursos de água da Terra. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) acabam de mostrar na Revista Nano Letters que membranas fabricadas com grafeno seriam mais eficazes e menos caras, em termos de custo energético, que as membranas empregadas atualmente.

A técnica corrente de dessalinização da água do mar utiliza o fenômeno de osmose reversa com membranas porosas. Ora, estas membranas necessitam uma pressão muito elevada e, portanto, muita energia, para o seu funcionamento. É por isto que os pesquisadores do Departamento de Ciência e Engenharia de Materiais do MIT tiveram a idéia de substituir as membranas atuais por membranas de grafeno, mil vezes menos espessas e que necessitam de menos energia. O grafeno se apresenta sob a forma de uma camada de espessura igual a um átomo de carbono. Além disso, é um dos mais resistentes entre os materiais conhecidos.



Água do mar e grafeno ... pode dar jogo!

Créditos: Maxisciences.


David Coehn-Tanugi, um dos membros da equipe que realizou o trabalho, explica como se passaram as pesquisas sob "comando" do professor Jeffrey Grossman: "Utilizando uma ferramenta de cálculo chamada Dinâmica Molecular, modelamos o comportamento da água salgada que escoa através das membranas de grafeno em escala atômica. Nossas simulações mostraram que o grafeno poderia permitir à água atravessar a membrana com permeabilidade superior a 100 vezes aquelas das membranas existentes, rejeitando todo o sal. O meio de se chegar a isto consiste em introduzir pequenos poros, da ordem de um bilionésimo de metro [seja: um nanômetro], na estrutura do grafeno. [...] E porque o grafeno é um dos materiais mais resistentes, esta membrana é capaz de resistir às pressões necessárias à dessalinização da água".

Não obstante suas grandes qualidades, as membranas de grafeno simuladas pelo computador apresentam dois problemas à sua realização concreta. Inicialmente, seria necessário produzir grafeno em grande quantidade e de modo barato. Em seguida, não se sabe ainda fabricar folhinhas de grafeno com poros tão pequenos. Mas, consciente destas dificuldades, a equipe de pesquisa que realizou o estudo continua otimista: "Resta ainda muito trabalho a ser feito sobre este assunto, mas estamos fortemente encorajados pelos resultados existentes e impacientes para ver o papel que o grafeno nanoporoso poderia desempenhar no futuro das fontes mundiais de água".

Para Joshua Schrier, professor-adjunto de química no Haverford College (EUA): "As previsões são muitíssimo excitantes para motivar os engenheiros químicos a efetuar análises econômicas mais detalhadas de dessalinização da água... com estes tipos de materiais". No momento, os pesquisadores fizeram simulações computacionais do processo, a fim de determinar suas características otimizadas, mas vão, segundo o professor Grossman, "começar a trabalhar sobre os protótipos, nos próximos meses".

Maxisciences (Tradução - MIA).


Nota do Scientific Editor - O artigo "Water Desalination across Nanoporous Graphene", de autoria de David Cohen-Tanugi e Jeffrey C. Grossman, foi publicado na revista Nano Letters, volume 12, número 7, págs. 3602-3608, 2012, DOI: 10.1021/nl3012853.


Assuntos Conexos:

Nanotecnologia e tratamento de água: nova tecnologia, novas regras?

Membranas com poros nanométricos prometem revolucionar tratamento de água.

Dessanilização da água: desenvolvida membrana revolucionária.


<< voltar para novidades

 © 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco