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Bactéria elétrica respira metais !

Nos sedimentos marinhos profundos, o oxigênio pode vir a ser insuficiente, fato que não incomoda a Shewanella oneidensis. Para sobreviver em situação anaeróbica, esta bactéria pode, literalmente, respirar metais. Em outras palavras: ela pode utilizar ferro ou manganês, por exemplo, como aceptor de elétrons. Estes elementos, no entanto, estão presentes no meio extracelular, o que significa que as bactérias devem entrar em contato com estes substratos para transmitir suas cargas elétricas através de sua membrana. Ora, quem diz fluxo de elétrons diz corrente elétrica. As S. oneidensis produzem portanto eletricidade quando respiram em ausência de oxigênio.



Shewanella oneidensis: bactérias que produzem eletricidade.

Créditos: PNAS.


Os mecanismos implicados na transferência de carga através da membrana plasmática são desconhecidos, mas duas teorias se destacam. A transferência de elétrons pode ser feita, quer através de proteínas da membrana, quer realizada por outras moléculas podendo atravessar a bicamada fosfolipídica. Segundo estudos anteriores, a primeira hipótese parece ser boa. Três proteínas foram identificadas. Testes realizados a seguir com uma delas, a MtrC, mostraram que sua ação não era suficientemente rápida e, assim, a bactéria não podia respirar graças a ela.

Provavelmente, não convencido com este resultado, Liang Shi, do Pacific Northwest National Laboratory (EUA) criou, auxiliado por seus colaboradores, uma célula artificial, composta por uma membrana lipídica incorporando as três proteínas identificadas no passado, dentre elas a MtrC. Esta estrutura foi então preenchida com uma substância doadora de elétrons, posta em contato com um metal, em ausência de oxigênio. Um fluxo de elétrons um milhão de vezes mais rápido que aquele sugerido pelos resultados precedentes foi, então, evidenciado, segundo artigo publicado pela revista PNAS. Foi, assim, revelado o metabolismo que permite a respiração anaeróbica da S. oneidensis. Esta descoberta poderá vir a permitir o desenvolvimento de novas biobaterias, isto é: de pilhas que funcionam via bactérias...

Futura Sciences (Tradução - MIA).


Nota do Scientific Editor - O trabalho "Voltage sensor ring in a native structure of a membrane-embedded potassium channel", que deu origem a esta notícia, é de autoria de Liang Shi, Hongjin Zheng, Hui Zheng, Brian A. Borkowski, Dan Shi, Tamir Gonen e Qiu-Xing Jiang, tendo sido publicado na revista PNAS, on-line (2013), DOI:10.1073/pnas.1218203110.


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Produção de energia elétrica diretamente de bactérias não é novo. Mas... com rendimento de 80% ?!


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