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Oswaldo Luiz Alves Laboratório de Química do Estado Sólido, UNICAMP
Dentro deste cenário está contido o estatuto da patente, talvez o aspecto mais saliente deste processo e, nem por isso, o mais conhecido. As patentes, além de proteger a descoberta inovativa, certamente sua principal função, está fortemente ligada ao próprio processo de Inovação, sobretudo quando pensamos na interação Academia-Indústria, na medida que tem se tornado elemento fundamental nas diferentes formas de licenciamento ou transferência de tecnologia entre estes setores. No âmbito da Academia patentes depositadas e patentes concedidas já começam a fazer parte de indicadores de performance individual e institucionais com implicações sobre os rankings universitários. A maioria das Universidades brasileiras já possuem NITs (Núcleos de Inovação Tecnológica) e Agências de Inovação que estão envolvidas na missão de disseminar a cultura da Propriedade Intelectual onde as patentes, neste estágio do processo, ocupam papel destacado. Em muitos momentos da história da ciência brasileira comentários foram feitos sublinhando que "eram produzidos muitos trabalhos científicos e muitas poucas patentes". A situação não poderia ser diferente pois "quem não lê patentes não vai saber escrever patentes". Dai a grande importância de cultivarmos estas novas habilidades, especialmente nas pesquisas envolvidas com programas pós-graduação onde, em princípio, temos o locus privilegiado para o desenvolvimento científico e tecnológico inovativo. Não faz parte da prática acadêmica o entendimento de que as patentes também sejam fontes primárias de informação. Não raro encontramos nelas informações cruciais para o desenvolvimento da própria pesquisa científica além de uma fonte inesgotável de temáticas relevantes. Às vezes, também somos surpreendidos com a situação onde resultados esperados de um dado projeto de pesquisa, em desenvolvimento, já terem sido reportados em documentos de patente. Considerando os diferentes aspectos arrolados, uma vivência de mais de 40 anos na academia participando de vários processos de transferência de tecnologia onde as patentes foram o ponto de partida, resolvemos selecionar vários materiais para quem necessita se aproximar da cultura de patentes e pretende usufruir de seus benefícios, visando uma apropriação ágil à informação optamos por documentos, artigos, guias e informações disponíveis na internet que podem ser alcançados com um clique. Optamos por rubricas que vão desde os aspectos históricos até os organismos internacionais mais importantes afeitos à temática, passando pela própria definição de patentes, seus aspectos legais, como realizar seu depósito no Brasil e Exterior, entre outros. Esperamos que estas informações possam ser úteis para iniciantes e adiantados e, que sobretudo, forneçam elementos para a eliminação dos mitos ainda existentes sobre este importante capítulo da propriedade intelectual. Waldemar Menezes Canalli e Rildo Pereira da Silva, "Uma breve história das patentes: analogias entre ciência/tecnologia e trabalho intelectual/trabalho operacional". Nilson Dias Assis Neto, "Direito de patente: O processo histórico de desenvolvimento do direito patentário em sua dialética relação com a propriedade". Wikipedia, História das leis de patentes. INPI, Entenda sobre Propriedade Intelectual (marcas, patentes, etc). INPI, inventando o futuro: Uma Introdução às Patentes para as Pequenas e Médias Empresas. INPI, Inovação e propriedade intelectual: Guia para o Docente. INPI, a propriedade intelectual e o comércio exterior: Conhecendo oportunidades para seu negócio. Sebrae, Abrangência e normas legais das patentes. Marcelo Gazzi Taddei, "Marcas e patentes: os bens industriais no direito brasileiro". INPI, Depósito Internacional. United States Patent and Trademark Office (USPTO) As patentes internacionais podem ser consultadas, inicialmente, utilizando a base Derwent Innovations Index através do Portal de Periódicos da Capes em http://www-periodicos-capes-gov-br.ez88.periodicos.capes.gov.br/. Lembrar que para usar o Portal sua instituição precisa ter o IP registrado. Pode ainda ser usada a base de patentes de acesso livre: Espacenet (https://worldwide.espacenet.com/), que contém mais de 90 milhões de patentes. |
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