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A decisão é final : ITER (Reator Internacional Termonuclear Experimental) será construído em solo francês !

Após maratona insustentável que viu se oporem a Europa, de um lado, os Estados Unidos, a Coréia e o Japão, de outro, o ITER (Reator Internacional Termonuclear Experimental) vai, enfim, se estabelecer na França, em Cadarache. Os parceiros do projeto acabam de assinar um acordo em Moscou.

As primeiras propostas para o local de instalação remontam a 2002 (06 de junho). Em 26 de novembro de 2003 a Espanha retirou sua candidatura e, desde essa data, a Europa sustentou unanimemente o dossiê prevendo a implantação do ITER em Cadarache. Devido à falta de financiamento, o Canadá retirou-se como candidato. Em fins de dezembro os países participantes malograram na tentativa de buscar um consenso.

No início de janeiro de 2004, os Estados Unidos manifestaram-se publicamente em favor do Japão. Foi o início de um braço-de-ferro que iria durar um ano e meio, em que razões políticas tiveram tanta importância, ou mesmo preponderaram, sobre razões científicas e técnicas.

Como prova, observou-se um clima de desavenças franco-americanas, verificando-se o apoio a Cadarache, dado pela China, rival tradicional do Japão, e, ainda, o fato de que o não referendo europeu fizera com que os japoneses acreditassem, por um momento, que essa situação iria abrir uma fenda na unanimidade européia. Mas o Japão precisava da França para obter um assento como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, objetivo número um da diplomacia japonesa, fato que teria papel crucial na renúncia final do Japão. Além do mais, face ao prolongamento da situação, a Europa havia ameaçado, sozinha, construir em Cadarache, deixando de lado a contribuição japonesa.

Mas a luta encarniçada do Japão permitiu que o mesmo obtivesse boas compensações. Assim, em virtude do acordo assinado entre a União Européia, em 5 de maio, em Genebra, a França cobrirá 50% dos custos de construção do reator, enquanto que o Japão não financiará senão 10% e obterá a direção da gestão do ITER. Além disso, o Japão disporá de 20% do pessoal e 20% dos contratos industriais ligados à construção. Enfim, a União Européia terá aceitado financiar um programa de pesquisas, que se ligará ao ITER e será instalado no arquipélago japonês.



Vista "explodida" do ITER (Reator Internacional Termonuclear Experimental) (www.iter.org).


Independentemente do objetivo final do ITER para a pesquisa da domesticação da fusão nuclear, com fins civis, a implantação em Cadarache traz consigo diversos benefícios: no plano do prestígio; no plano da emulação científica e técnica, cujo país hospedeiro será o primeiro a se beneficiar; no plano industrial e financeiro, muitas contratações (empresas) deverão ser feitas, tanto no que diz respeito à edificação, e, posteriormente, ao funcionamento da instalação.

Dito isto, a questão de saber se o ITER constituirá um passo decisivo em direção da domesticação da fusão, ou, ainda, se trata-se de um projeto faraônico que não levará a nada de útil, é objeto de debates, nos quais posições, as mais diversas, se colocam.

Futura-Sciences, juin 28, 2005 (Tradução - MIA).


Nota do Managing Editor: O jornal Folha de São Paulo, de 29/06, no Caderno A, p. 22, veicula, a propósito do ITER: "O Conselheiro de Ciência do governo britânico, Sir David King, veio ao Brasil tentar "vender" ao governo Lula a participação no consórcio internacional para a construção do ITER". A motivação para o convite é ser o Brasil um país estratégico para a parceria, além de possuir grandes jazidas de nióbio, elemento crucial para a construção de reatores de fusão nuclear.

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