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NOVIDADES
A ciência tem apresentado coisas absolutamente i-nu-si-ta-das. Agora: produção de eletricidade a partir do rúmen (estômago maior dos ruminantes) ou pança de vacas?, convenhamos que é pra lá de insólito! Mas os cientistas estão aí para mostrar que q u a s e tudo é possível. Senão, vejamos. Uma equipe de pesquisadores da Ohio State University, de Washington (EUA), no mês de agosto, por ocasião do Congresso da American Chemical Society (ACS) apresentou essa abordagem original. É sabido que os ruminantes possuem um sistema digestivo particular, caracterizado principalmente por um estômago dividido em quatro compartimentos. O alimento é deglutido por esses animais sem mastigação, indo, então, para o rúmen, onde sofrerá a ação de bactérias que irão favorecer os processos de degradação da celulose em produtos assimiláveis pelo organismo. Hasmid Rismani-Yasdi e sua equipe tiveram a idéia de extrair o líquido do rúmen de uma vaca para construir um pequeno gerador elétrico. O dispositivo é composto por dois circuitos. Um anodo cheio com o fluido de fermentação e de celulose na qual as reações bioquímicas liberam um excesso de elétrons fica de um lado; do outro, fica um catodo cheio de ferricianeto de potássio, que assegura a reação de oxidação. A equipe logrou obter uma corrente de 0,58 V, mergulhando dois contatos de grafite nesses dois meios. Essa voltagem, que após 4 dias passou a 0,2 V, pode ser restaurada pela equipe com o auxílio de um suplemento de celulose. Perspectivam os pesquisadores poder oferecer aos agricultores soluções que permitam assegurar sua autonomia energética, a partir de resíduos agrícolas. Acreditam que os dejetos animais (ricos em celulose (o carburante) e em bactérias) poderão ser utilizados no lugar do rúmen. Mas, para que se possa dizer que esse tipo de gerador é capaz de fornecer mais eletricidade e identificar, com precisão, todas as bactérias em jogo, muita água ainda deverá rolar; daí serem necessárias outras pesquisas que, certamente, já estão na mira da equipe. USAToday, september 14, 2005 (Tradução/Texto - MIA). |
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