|
NOVIDADES
O Prêmio Collaboration Success Award, promovido pelo The Council for Chemical Research (EUA), visa premiar atividades de pesquisa do mais alto nível, envolvendo o setor acadêmico e industrial na área de Química, que traga impactos tanto para a pesquisa básica quanto para o setor produtivo. Em 2006, foi premiada uma colaboração envolvendo a DuPont, a Universidade de Illinois, a Universidade do Texas e o Instituto de Tecnologia de Massachussets, participando da Equipe a pesquisadora brasileira, com o projeto de separação de nanotubos de carbono. Segundo Adelina Santos, "o objetivo central do trabalho, conduzido pela aliança DuPont-MIT, foi a separação de nanotubos de carbono por tipos, em particular segundo a natureza eletrônica (semicondutores vs. metálicos). Para tanto, foram utilizadas certas seqüências de DNA, na forma de fitas únicas, para dispersar os SWNTs (do inglês Single-Walled Nanotube) em solução aquosa. As soluções DNA-SWNTs apresentaram grande estabilidade, a qual foi atribuída ao arranjo supramolecular, altamente organizado, da biomolécula em torno do nanotubo, comprovado por medidas de Microscopia de Força Atômica (AFM)". Ainda segundo Santos, "a equipe acredita que a interação se dê através dos nucleosídeos, deixando os grupos fosfatos livres para interagirem com a água. Além da ótima função dispersante, a interação com oligonucleotídeos de DNA permitiu a separação, segundo a natureza eletrônica dos nanotubos, quando soluções de DNA/SWNTs foram submetidas à cromatografia de troca aniônica". "A separação é possível devido a diferenças na densidade de carga superficial dos híbridos SWNT/DNA, quando os nanotubos são metálicos ou semicondutores, o que reflete em uma menor ou maior interação com a fase estacionária positiva que compõe a coluna cromatográfica. Tal diferença, por sua vez, está associada ao fato de que nos nanotubos metálicos, mais polarizáveis, a carga negativa dos grupos fosfatos é em parte compensada pelo deslocamento de carga induzida na superfície dos tubos (carga imagem), fato que não ocorre, em grande extensão, nos nanotubos semicondutores (menos polarizáveis). Além da separação entre nanotubos metálicos e semicondutores, foi observada também uma separação segundo o diâmetro, de tal maneira que as primeiras frações foram enriquecidas com nanotubos metálicos e de menor diâmetro, e as últimas frações, com nanotubos semicondutores e de maior diâmetro", afirma a pesquisadora. Vale a pena ressaltar que, frente ao fato de que a síntese seletiva de um determinado nanotubo ainda não ser possível com os métodos atuais de crescimento, a separação de SWNTs por tipos é altamente estratégica para aplicações em nanoeletrônica, constituindo hoje um dos maiores desafios na pesquisa aplicada destes materiais. Os resultados deste trabalho foram publicados na revista Science, em novembro de 2003, e hoje já conta com 143 citações (Web of Science). LQES NEWS, Ano V, Número 107, 17 de julho de 2006. Nota do Managing Editor: conheça o site da RedeNacional de Pesquisas em Nanotubos de Carbono, financiada pelo MCT-CNPq, da qual a Dra. Adelina Santos faz parte, e obtenha mais informações sobre as pesquisas e atividades relacionados, no Brasil, com este campo. Clique aqui. |
© 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br
sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco