Os avanços da nanotecnologia e a conseqüente divulgação feita pela mídia dos resultados conseguidos pela mesma nas mais diferentes áreas da ciência, além de outros, tem tido como resultado pôr a sociedade de orelha em pé! De sobreaviso mesmo, por assim dizer: afinal, que efeitos sobre o meio ambiente poderia causar o desenvolvimento, por exemplo, de nanomateriais, essa verdadeira revolução tecnológica?

Tratam-se, logicamente, de novos tipos de compostos. Pergunta-se: a interação de tais compostos com organismos biológicos e com o meio ambiente já é totalmente conhecida? Pergunta meramente retórica, dado que se sabe que os efeitos destes são pouco ou nada conhecidos.

A esse respeito, o NSTC, subcomitê do National Science and Technology Council (EUA) para as nanociências e nanotecnologias emitiu, em setembro último, um relatório. Tal comitê está ligado diretamente ao gabinete presidencial.

Com o objetivo de avaliar os riscos associados a esses materiais, o relatório "Environmental, healt and safety research needs for engineered nanoscale materials" descreve as áreas de pesquisa que precisam ser aprofundadas para avaliar os riscos associados a esses nanomateriais.

Na Geórgia Tech University (EUA) cientistas realizaram um estudo sobre o comportamento dos nanotubos de carbono multiparedes, na água, e novos elementos foram agregados a uma das áreas desenvolvidas no relatório: fatores que influenciam o transporte de nanomateriais no meio ambiente.

Representação de nanotubo de carbono multiparedes.

Créditos: Wondrous World of CNT

O estudo revela, por exemplo, que a presença de matéria orgânica natural, tal como a que pode ser encontrada nos rios, estabiliza os nanotubos em suspensão na água. Foram introduzidos nanotubos em amostras de água de rio e estes permaneceram em suspensão durante mais de um mês. Comparando a amostra com aquela em que nanotubos foram introduzidos em água pura verificou-se que estes ficaram em suspensão por menos de uma hora.

Tais estudos revelam que a dispersão desses nanotubos no meio ambiente poderá ser mais extensa do que permite considerar seu comportamento na água.

No final de novembro p.p., a EPA - Enviromental Protect Agency (EUA) anunciou sua intenção de regulamentar as emissões de um outro tipo de nanomateriais: as nanopartículas de prata, utilizadas principalmente nas máquinas de lavar como agentes antibacterianos.

NSTC, EUA (Tradução/Texto - MIA).

Nota do Managing Editor: a ilustração apresentada não faz parte do texto original e foi obtida em www.google.com. Para mais informações sobre o assunto, veja:

Nanoscale science, engineering and technology, National Science and Technology Council: Environmental, health and safety research needs for engineered nanoscale materials, 2006.

Site da EPA relacionado com nanotecnologia.

Center for Biological and Environmental Nanotechnology, Rice University.

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