Laboratório de Química do Estado Sólido
 LQES NEWS  portfólio  em pauta | pontos de vista | vivência lqes | lqes cultural | lqes responde 
 o laboratório | projetos e pesquisa | bibliotecas lqes | publicações e teses | serviços técno-científicos | alunos e alumni 

LQES
lqes news
novidades de C&T&I e do LQES

2021

2020

2019

2018

2017

2016

2015

2014

2013

2012

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

2004

2003

2002

2001

LQES News anteriores

em foco

hot temas

 
NOVIDADES

Doadores universais : nova perspectiva para a transfusão sangüínea.

Transformar os grupos sangüíneos em doadores universais poderá ser possível daqui a alguns anos: duas famílias de enzimas capazes de modificar seus antígenos foram identificadas por uma empresa americana e um laboratório do CNRS (Conselho Nacional de Pesquisa Científica da França).

O sistema de classificação ABO foi descoberto em 1900 pelo biólogo austríaco Karl Landsteiner, Prêmio Nobel de Medicina em 1930. O grupo O é chamado "doador universal" porque ele é "transfusável" a todos os grupos sangüíneos (A, B, AB e O). Em compensação, a transfusão de sangue de grupo A em um paciente B, ou o inverso, pode ser mortal. Erros de etiquetagem ou humanos provocam mortes a cada ano, lembra o CNRS.

A empresa de biotecnologia ZymeQuest identificou duas famílias de enzimas que permitem eliminar as moléculas (galactose ou N-acetilgalactosamina) presentes na superfície dos glóbulos sangüíneos. Essas moléculas caracterizam os antígenos dos grupos A e B, ainda que o grupo O não possua antígenos do sistema ABO. Os pesquisadores da empresa americana trabalharam, a seguir, com o Laboratório de Arquitetura e Função de Macromoléculas Biológicas (CNRS - Universidade Aix-Marselha 1 e 2). Os resultados estão publicados no número de abril da revista "Nature Biotechnology".

Provenientes de bactérias, essas enzimas adquiriram mecanismos catalíticos que as distinguem daquelas conhecidas até então e cuja eficiência e custo de produção eram inapropriados para efetuar uma conversão de grupos sangüíneos.





Vista geral da estrutura molecular da N-acetylgalactosaminidase, da Elizabethkingia meningosepticum com o cofator NAD+ (amarelo) e o antígeno A, presente na superfície dos glóbulos vermelhos de tipo A. A molécula de N-acetylgalactosaminidase, que é reconhecida e hidrolisada pela enzima, é mostrada em vermelho.

Créditos: CNRS 2007


Com essas enzimas, os pesquisadores desenvolveram uma solução que injetaram nas bolsas de sangue, cada uma sendo tratada individualmente por questões de traçabilidade, explica Gerlind Sulzenbacher, engenheira de pesquisa do laboratório. A enzima age durante uma hora, após o que é retirada. A bolsa de sangue está então desprovida de antígenos.

A empresa ZymeQuest "desenvolveu instrumentos que podem fazer isso em grande quantidade, para que seja rentável", diz ela. "Eles podem tratar dezenas de bolsas ao mesmo tempo, em paralelo".

As patentes foram depositadas para os dois grupos sangüíneos, A e B. O processo está ainda em fase de testes clínicos para o B. Antes que ele seja eventualmente aprovado, é preciso aguardar de 3 a 5 anos, conforme Gerlind Sulzenbacher, que acrescenta: "essa descoberta não pode ser senão "benéfica", uma vez que todos os estoques devem ser renovados continuamente, e freqüentemente falta sangue. Sendo possível transformar todos os estoques instantaneamente em doadores universais, isso poderá resolver o problema, evitando-se, assim, acidentes de transfusão".

CNRS (www.cnrs.fr), consultado em 03 de abril, 2007 (Tradução -MIA).


Nota do Scientific Editor: o trabalho original, ao qual se refere esta notícia, de autoria de Qiyong P. Liu, Gerlind Sulzenbacher, Huaiping Yuan, Eric P. Bennett, Greg Pietz, Kristen Saunders, Jean Spence, Ed Nudelman, Steven B. Levery, Thayer White, John M. Neveu, Williams Lane, Yves Bourne, Martin L. Olsson, Bernard Henrissat, Henrik Clausen, "Bacterial glycosidases for the production of universal red blood cells", foi publicado no periódico Nature Biotechnology, de abril de 2007.


Veja mais:
Empresa americana trabalha na conversão dos diferentes tipos de sangue em tipo O.

Chips Hig-tech garantem transfusões sangüíneas mais seguras.

Sangue em pó: revolução na medicina?


<< voltar para novidades

 © 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco