Laboratório de Química do Estado Sólido
 LQES NEWS  portfólio  em pauta | pontos de vista | vivência lqes | lqes cultural | lqes responde 
 o laboratório | projetos e pesquisa | bibliotecas lqes | publicações e teses | serviços técno-científicos | alunos e alumni 

LQES
lqes news
novidades de C&T&I e do LQES

2021

2020

2019

2018

2017

2016

2015

2014

2013

2012

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

2004

2003

2002

2001

LQES News anteriores

em foco

hot temas

 
NOVIDADES

Ossos humanos vistos na intimidade, graças ao laser.

Cientistas do Reino Unido estão prontos para realizar testes hospitalares usando uma nova técnica, capaz de detectar rapidamente, e com alta precisão, enfermidades nos ossos tais como a doença do osso frágil. O método inclui uma nova versão da espectroscopia Raman, uma técnica rotineiramente usada por físicos e químicos, que pode fornecer aos médicos uma mais detalhada caracterização dos ossos no interior do corpo humano, segundo os pesquisadores da Central Laser Facility, no Reino Unido.

A rigidez dos ossos vem de dois componentes principais: o conteúdo mineral, tal como cálcio e sais minerais cristalinos e uma substância protéica chamada de colágeno. Existem várias patologias ligadas a essas duas substâncias, incluindo a doença do osso frágil, na qual ossos defeituosos resultam de uma deficiência do colágeno "tipo I".

Para detectar essas doenças e monitorar a resposta dos pacientes ao tratamento, os médicos necessitam de procedimentos não invasivos para observar o interior dos ossos no corpo. No momento, as técnicas de raios-X e ultra-som são muito utilizadas, mas ambas não observam o colágeno com facilidade. O resultado é que muitas doenças dos ossos não podem ser detectadas.


Proteínas-chaves

Recentemente, uma abordagem diferente tem sido sugerida para detectar tanto o conteúdo mineral quanto o colágeno do osso. A espectroscopia Raman é uma técnica baseada no espalhamento inelástico da luz quando esta interage com a matéria. Em um experimento clássico um laser é usado para iluminar a amostra, que espalha fótons com freqüência ligeiramente diferente (pode ser maior ou menor) que a freqüência dos fótons incidentes. Medindo essa diferença de freqüência pode-se identificar a identidade química do composto em estudo.

A espectroscopia Raman já foi usada, com sucesso, para o estudo de tecidos extraídos do corpo humano, contudo, surge um problema quando essa técnica é usada no estudo in vivo de ossos. O sinal Raman das camadas da superfície domina o espectro, dificultando a observação do espectro do tecido abaixo da pele do paciente, cuja intensidade é enfraquecida devido ao espalhamento lateral. Além disso, o espectro Raman do osso é mascarado pela intensa fluorescência da melanina da pele.

Para superar essa dificuldade, Pavel Matousek e seus colaboradores da Central Laser Facility implementaram uma nova e inovadora geometria para a espectroscopia Raman. Os cientistas reduziram o sinal Raman da pele, variando a distância entre os pontos de iluminação e de coleta da luz. Usaram também um detector em anel para assegurar que todos os sinais fossem coletados eficientemente.


Espectroscopia souped-up

Esta técnica, conhecida como Espectroscopia Raman com Compensação Espacial (Spatially Offset Raman Spectroscopy (SORS)), já foi utilizada por um grupo independente nos Estados Unidos para determinar a razão fosfato/carbonato, um potencial indicador de osteoporose, em perna de galinha. Matousek e sua equipe planejam agora dar o próximo passo para o desenvolvimento da técnica no Royal National Orthopaedic Hospital (RNOH), em Middlesex (Reino Unido).





Ossos expostos.

Créditos: OpticsOrg.



Michaeal Morris, pesquisador em espectroscopia da Universidade de Michigan está otimista com esse novo desenvolvimento da técnica. "Matousek é bem conhecido por seu trabalho pioneiro no desenvolvimento da SORS". Entretanto, Morris também antecipa um dos principais desafios a ser enfrentado. "A confirmação dos resultados por pesquisadores independentes é necessária para que a nova técnica passe a ser aceita pelos médicos"

Matousek e sua equipe inicialmente usarão a técnica para diagnosticar a doença do osso frágil, mas esperam que a técnica possa ser estendida para a investigação de outras condições do tecido ósseo, tais como a osteoporose que, na atualidade, não é detectada em três a quatro de dez casos. "Este projeto tem o potencial de permitir uma maneira de detectar e confirmar algumas doenças raras dos ossos cujo diagnóstico ainda é difícil", disse Richard Keen, reumatologista do RNOH.

OpticsOrg (20 de julho, 2009) (Tradução- AGS).


Nota do Scientific Editor: o trabalho que deu origem a esta notícia, de título " Emerging concepts in deep Raman spectroscopy of biological tissue", de autoria de P. Matousek e N. Stone, foi publicado no periódico Analyst, volume 134, págs. 1058-1066, DOI: 10.1039/b821100k.


Assuntos Conexos:

Desenvolvido novo citômetro, baseado no efeito Raman, capaz de detectar um único nanotubo de carbono em organismos vivos.

Mais uma aplicação da espectroscopia Raman: rastrear nanotubos in vivo.

Como determinar os pigmentos usados nas iluminuras da Bíblia de Gutemberg?

Tumores minúsculos não podem mais "se esconder"

Unicamp incorpora mais uma poderosa ferramenta em seu arsenal para o estudo das nanotecnologias.


<< voltar para novidades

 © 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco