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Nanopartículas e tumores de fígado.

O carcinoma hepatocelular é o câncer mais comum a atacar o fígado. Mais de 500.000 pessoas no mundo, concentradas na África subsaariana e a Ásia do Sul, são diagnosticadas a cada ano com ele. A maior parte dos acometidos morre em seis meses.

Um grande obstáculo para o tratamento do câncer do fígado é a falta de um diagnóstico precoce. As técnicas atuais, incluindo a ecografia, scanner e a IRM (Imagiamento por Ressonância Magnética), são técnicas que só detectam tumores quando cresceram cerca de cinco centímetros de diâmetro. Neste ponto, o câncer é particularmente agressivo, resistente à quimioterapia e de difícil remoção cirúrgica.

No entanto, uma equipe de pesquisadores da Universidade Brown (EUA) reporta alguns resultados promissores para o diagnóstico precoce. Nos testes de laboratório, a equipe utilizou nanopartículas de ouro envolvidas por um revestimento de polímero carregado (cargas elétricas) e a técnica de imagiamento, por espalhamento de raios X, para detectar massas tumorais de tamanhos inferiores a 5 milímetros. A estratégia, detalhada na revista Nano Letters, publicada pela American Chemical Society, mostra pela primeira vez que nanopartículas metálicas podem ser usadas como agentes de ganho de sinais de espalhamento de raios X no imagiamento de massas tumorais.

"O que fizemos não é um método de triagem", declarou Christoph Rose-Petruck, professor de química na Universidade Brown e um dos autores do trabalho. "Todavia, em exames de rotina, com pacientes que apresentam fatores de risco, tais como certos tipos de hepatite, podemos utilizar esta técnica para observar um tumor de alguns poucos milímetros de diâmetro, o que, em termos de tamanho, é um fator dez vezes menor."

A equipe utilizou nanopartículas de ouro de 10 e 50 nanômetros de diâmetro e as revestiu com polieletrólitos com uma camada de 1 nanômetro. O revestimento transforma as nanopartículas em nanopartículas carregadas, o que aumenta as chances de serem "engolfadas" pelas células cancerosas. Uma vez realizada esta etapa, a equipe utilizou o imagiamento por espalhamento de raios X para detectar as nanopartículas no interior das células malignas. Nos testes de laboratório, as nanopartículas de ouro não tóxicas constituem somente 0,0006 por cento do volume celular, entretanto, as nanopartículas têm uma massa crítica suficiente para serem detectadas pelo dispositivo de imagiamento por espalhamento de raio X.




Esquema do experimento realizado pelos pesquisadores da Universidade de Brown.


Créditos: Universidade de Brown.



"Mostramos que, apesar destes valores muito pequenos, podemos distinguir estas células (tumorais)", declarou Rose-Petruck.

A próxima etapa para os pesquisadores é a parte clínica. Ainda neste ano, o grupo irá trabalhar com anticorpos-alvo para câncer como veículos de nanopartículas visando encontrar tumores de fígado em ratos. O anticorpo a ser utilizado foi desenvolvido por Jack Wands, diretor do Centro de Pesquisa do Fígado, do Hospital Rhode Island e professor de ciências médicas na Escola de Medicina Warren Alpert, da Universidade de Brown.

"Desenvolvemos um anticorpo monoclonal que "alveja" uma proteína da superfície celular e que tem elevada expressão em células de câncer do fígado", declarou Wands. "Planejamos acoplar os anticorpos às nanopartículas de ouro, na tentativa de poder detectar o crescimento precoce de tumores no fígado, através do imagiamento por raios X".

Os pesquisadores acreditam que o método de imagiamento por espalhamento de raio X poderá ser utilizado para detectar conjuntos de nanopartículas em outros órgãos.

Universidade de Brown (Tradução - MIA).


Nota do Scientific Editor: o trabalho que deu origem a esta notícia, de título: "Nanomaterials for X-ray Imaging: Gold Nanoparticle Enhancement of X-ray Scatter Imaging of Hepatocellular Carcinoma", de autoria de Danielle Rand Vivian Ortiz, Yanan Liu, Zoltan Derdak, Jack R. Wands, Milan Taticek e Christoph Rose-Petruck, foi publicado, na revista Nano Letters, on-line, junho 2011, DOI: 10.1021/nl200858y.


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