Laboratório de Química do Estado Sólido
 LQES NEWS  portfólio  em pauta | pontos de vista | vivência lqes | lqes cultural | lqes responde 
 o laboratório | projetos e pesquisa | bibliotecas lqes | publicações e teses | serviços técno-científicos | alunos e alumni 

LQES
lqes news
novidades de C&T&I e do LQES

2021

2020

2019

2018

2017

2016

2015

2014

2013

2012

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

2004

2003

2002

2001

LQES News anteriores

em foco

hot temas

 
NOVIDADES

Meteorito que caiu na Rússia contém um dos cristais mais raros da Terra.

Quão raro ele é, exatamente? Esta é apenas a terceira vez que encontramos este material na natureza. Com origem no espaço sideral, esses cristais não são apenas incríveis por sua raridade, mas também pela peculiaridade de sua estrutura atômica.

Por décadas a sua existência foi classificada como “impossível”, e o primeiro cientista a descobri-lo chegou a ser ridicularizado por propor sua existência.



Estrutura atómica do quasicristal (E); Quasicristal sintético (D).

Créditos: Talapin et al. (US Department of Energy)


“O que nos encoraja é que já encontramos três tipos diferentes de quasicristais no mesmo meteorito, e este mais recente tem uma composição química que nunca foi vista em um quasicristal”, afirma um dos pesquisadores, Paul Steinhardt.

“Isso sugere que há mais a ser encontrado, talvez mais quasicristais que não sabíamos que eram possíveis antes”. Esses quasicristais descobertos são compostos por átomos de alumínio, cobre e ferro.


Quasicristais

Se você está se perguntando o que é um quasicristal, aqui está a explicação: este é um sólido semelhante ao cristal clássico, mas com uma estrutura com repetições incomuns.

Eles foram descobertos em 1982 pelo químico israelita Daniel Shechtman. Cristais clássicos como flocos de neve, diamantes e sal de cozinha são formados por átomos que se arranjam de forma perfeitamente simétrica.

Antes da confirmação da existência dos quasicristais, cientistas acreditavam que havia poucas opções para as repetições de uma estrutura simétrica: duas vezes, três vezes, quatro vezes ou seis vezes. Mas os quasicristais quebram essa regra, normalmente apresentando repetições simétricas de cinco vezes.

O cientista do Departamento de Energia dos EUA, Pat Theil, explica isso de forma concreta: imagine que você quer colocar azulejos no chão do seu banheiro. Todos os azulejos devem ter o mesmo formato.



Imagem real do quasicristal com sua estrutura pentagonal.

Créditos: Paul Steinhardt

Para conseguir cobrir a área toda sem deixar espaços vazios entre as peças, elas devem ter formato de retângulo, triângulo, quadrados ou hexágonos. Assim, um pentágono não funcionaria. Os quasicristais são como azulejos com formato de pentágono. Mas os formatos dos átomos podem se mover para preencher os espaços vazios.

Enquanto os quasicristais são muito raros na natureza, eles são muito simples de serem feitos em laboratório. Quasicristais sintéticos são usados em vários objetos comuns como frigideiras e lâmpadas LED.

Ciberia.


Nota do Scientific Editor: O trabalho que deu origem a esta matéria de título: "Collisions in outer space produced an icosahedral phase in the Khatyrka meteorite never observed previously in the laboratory", de autoria de Luca Bindi, Chaney Lin, Chi Ma and Paul J. Steinhardt, foi publicado, online, na revista Scientific Reports, número 6, artigo 38117, 2016, DOI: 10.1038/srep38117.


Assuntos Conexos:
Os quasicristais de Daniel Schechtman: Nobel de Química 2011.


<< voltar para novidades

 © 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco