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NOVIDADES
O Brasil trabalha para elevar o padrão da ciência brasileira ao colocar em funcionamento, em 2018, o acelerador de elétrons Sirius, do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). Em construção desde dezembro de 2014, o Sirius é uma das primeiras fontes de luz síncrotron de quarta geração no planeta, projetada para ter o maior brilho dentre os equipamentos na sua classe de energia, abrindo novas perspectivas de pesquisa em áreas como ciência dos materiais, nanotecnologia, biotecnologia, física e ciências ambientais. “As obras estão continuamente evoluindo e estão dentro da perspectiva de inauguração em junho de 2018″, disse o diretor do LNLS, Antonio José Roque, em reunião nesta terça-feira (21) no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) com a participação da Casa Civil da Presidência da República e Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Segundo ele, sem levar em conta os desembolsos em construção civil e recursos humanos, o Sirius já mobilizou R$ 121 milhões, dos quais R$ 74 milhões foram aplicados no mercado brasileiro e R$ 47 milhões no exterior. “Ou seja, 61% dos recursos bancaram conteúdo nacional. E se considerarmos obras e RH, esse percentual sobe para aproximadamente 89%”, apontou Roque. “Não há no País projeto de tal porte com números tão expressivos.” Roque acrescentou que há recursos em caixa até abril deste ano para seguir o cronograma de construção do Sirius e alertou para os impactos de uma eventual paralisação, a exemplo da perda de pessoal altamente qualificado para outros projetos internacionais de fonte de luz síncrotron. “A partir de 2014, quando assinamos o contrato de construção, tivemos que fazer uma série de ajustes para manter o cronograma, mas agora já não há espaço para readaptar, porque temos encomendas a serem feitas neste semestre.” Roque também reafirmou a importância do novo acelerador, que deve possibilitar uma mudança qualitativa nas pesquisas dos usuários do anel UVX, máquina de segunda geração também operada pelo LNLS, no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). A radiação síncrotron é uma ferramenta científica voltada a analisar diversos tipos de materiais, orgânicos e inorgânicos. O coordenador-geral de Unidades de Pesquisa e Organizações Sociais do MCTIC, Luiz Henrique Borda, lembrou que o Sirius deve se tornar a mais moderna fonte de luz síncrotron do mundo, com capacidade de elevar o patamar da ciência brasileira. “Então, ele não pode dar errado nem atrasar.” “O MAX abriu a porta, mas nós ainda temos uma grande janela”, comparou. “O nosso projeto tem uma série de características mais flexíveis, e a nossa máquina pode ser mais otimizada, com um brilho maior, porque, obviamente, quem vem depois pode se sair melhor. Mas não é somente por isso. Nós temos outro diferencial, pela interação da parte científica com a de aceleradores, já que as nossas linhas de luz têm soluções hoje mais interessantes. Temos oportunidade de começar a tirar ciência de ponta, apesar de sair depois, junto ou até um pouco na frente do MAX em algumas áreas.” Na visão de Roque, os Estados Unidos perderam a oportunidade de liderar a quarta geração porque não tiveram “a coragem da Suécia de investir nessa tecnologia” quando construíram seu último acelerador, no Laboratório Nacional de Brookhaven. “Mas agora eles já estão correndo atrás e já têm o projeto de upgrade do APS [Advanced Photon Source] de Argonne”, informou. “E a Europa, como um todo, tem outra grande fonte de síncrotron, em Grenoble, na França, onde fica o ESRF [European Synchrotron Radiation Facility], que também se movimenta para alcançar o nível do MAX e do próprio Sirius.” Conheça o estágio das obras do Sirius clicando aqui. MCTIC. |
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