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Cabo incorpora repetidores para atenuar perdas.

A próxima linha de cabos submarinos que ligará a África ao Brasil, saindo da costa da República de Camarões com destino ao litoral de Fortaleza, no Ceará, vai adotar uma nova tecnologia com foco na maior autonomia desse sistema de comunicação. Ela utilizará a segunda geração de cabos ópticos repetidores da Nexans, também conhecidos como ROC-2, das iniciais em inglês, que trazem os repetidores de sinais incorporados ao cabeamento.

A empresa foi contratada pela Huawei Marine Networks para o fornecimento desse tipo de cabo na linha submarina que está implantando para a operadora camaronesa Camtel, que tem a denominação de Rede Nacional de Banda Larga (NBNII). O projeto é uma continuidade do sistema de cabos ópticos de 11 mil quilômetros, instalado pela operadora em 2015, entre a República de Camarões e a Nigéria. Ao todo, a Nexans vai fornecer seis mil quilômetros de cabos ópticos ROC-2, que foram desenvolvidos para oferecer alta capacidade de tráfego de dados sob as severas condições do fundo do Oceano Atlântico.



Fibras ópticas

Créditos: Pireport


Para isto, o cabo óptico sairá da fábrica da Nexans em Rognan, na Noruega, com os repetidores instalados, de forma a proporcionar baixa perda de sinais e maior autonomia à linha de comunicação. Segundo Melina Konig, gerente de marketing da Nexans para o Brasil e América do Sul, a Huawei conta até mesmo com uma unidade de produção dentro da fábrica norueguesa para a instalação de seus repetidores. “O projeto foi desenvolvido em parceira entre as duas empresas e trata-se do nosso primeiro fornecimento desse cabo para instalação intercontinental”, diz ela.

Confeccionados praticamente sob medida, os cabos ópticos ROC-2 têm uma arquitetura construtiva reforçada para suportar os requisitos de instalações transoceânicas, como a elevada resistência aos esforços e tensões ocasionados pelas correntes marítimas. Eles possuem até 12 fibras ópticas, atingindo uma capacidade de transmissão de dados de 12,8 Tbps, e podem ser lançados a uma profundidade de até oito mil metros de lâmina d’água.

Segundo Melina, o lançamento do cabo no fundo do Oceano Atlântico será precedido pela preparação do leito, com a utilização de um robô que identifica o melhor trajeto para seu assentamento e o menor impacto ambiental ao ecossistema submarino. “O fornecimento do cabo óptico será realizado pela nossa unidade da Noruega e concluído até o final de 2017, cabendo à equipe brasileira da Nexans o suporte a sua instalação em nosso litoral”, diz ela. Para alimentar os repetidores ao longo da linha, o cabo permite o tráfego de até 10 kV de energia em seu interior a uma resistência de 1 Ohm/km.

InfraRoi. Posted março 31, 2017. Posted: Mar 31, 2017.



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