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Uma larva que devora plásticos. Mesmo os mais resistentes...

É importante lembrar que o polietileno é muito resistente e representa 40% da demanda de produtos de matéria plástica, somente na Europa. Ele precisa de mais de um século para se degradar na natureza.

Alguns dias atrás, nós aprendemos pelo CNRS (Centre National de Recherche Scientifique da França) e um estudo publicado na revista Science que o Oceano Ártico também está sendo afetado por resíduos de plástico. Haveria várias centenas de toneladas, ou mais, espalhados em 300 bilhões de pequenos fragmentos, a maioria do tamanho de um grão de arroz. "Podemos estar testemunhando a formação de outro lixo no planeta, sem entender totalmente os riscos para a fauna e flora locais" comenta Maria-Luiza Pedrotti do CNRS. No mundo, a cada ano, de acordo com um estudo realizado em 2015, 8 milhões de toneladas de polímeros chegam nos oceanos. Estes resíduos, na forma de pequenos fragmentos, poluem e prejudicam significativamente os ecossistemas marinhos. Assim, teríamos cerca de 110 milhões de toneladas de resíduos plásticos acumulados nos oceanos.

Entre os plásticos mais comuns está o polietileno (80 milhões de toneladas produzidas no mundo todo ano) amplamente utilizado para embalagens. Representando 40% da demanda por produtos de plástico na Europa, ele necessita de pelo menos um século para se degradar na natureza (400 anos para os mais resistentes). Por outro lado, produtos altamente corrosivos, tal como o ácido nítrico, se degradam em poucos meses. Mas a situação para os polímeros pode ficar melhor graças a Galleria mellonella, conhecida como a traça falsa da cera. Ela tem uma boa chance de se tornar o inimigo número um do polietileno.



Galleria mellonella

Créditos: Futura Science


Larva de um parasita com um apetite voraz...

As larvas desta borboleta são bastante difundidas. São frequentemente usadas como isca na pesca e encontradas em colméias onde aparece na cera. Federica Bertocchini, pesquisadora do CSIC (Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha) e apicultora amadora, tinha notado várias vezes que os sacos de plástico em que ela colocou a cera foi rapidamente devastado por este parasita deixando-o cheio de buracos.

A cientista, tentou, então, a realização de experimentos em laboratório com vários plásticos e, cada vez mais, observou o fenômeno e a redução do tempo que os plásticos resistiam.

Por exemplo, num plástico de um supermercado britânico, ela pode constatar com sua equipe que uma centena de larvas mostravam uma significativa degradação em menos de uma hora. Em 12 horas, tinha sido perdido 92 mg. Não há duvida que este é um grande desempenho: em 2016, a bactéria que conseguiu o melhor resultado para alguns plásticos foi a redução de 0,13 mg em 24 horas.



Degradação produzida em um saco plástico por 100 larvas em 12 horas.

Créditos: Elsevier

No artigo publicado no final de abril na revista Current Biology, os pesquisadores estimam que a larva não só ingere o plástico como o transforma quimicamente em sua saliva. "Um dos próximos passos será tentar identificar [esta reação] e determinar como isolar as enzimas responsáveis", colocam os autores.

"Se no processo tivermos a ação de uma única enzima, poderemos produzi-la em escala industrial por meio da biotecnologia", coloca entusiasmado Paolo Bombelli (Universidade de Cambridge), que é co-autor da pesquisa. Esta descoberta na verdade representa uma grande esperança para fazer desaparecer esta grande quantidade de resíduos disseminados na Terra e nos oceanos.

Futura Science. Tradução - OLA. Posted by FS: 27 abril, 2017.


Nota do Scientific Editor: o artigo que deu origem a esta notícia de título "Polyethylene bio-degradation by caterpillars of the wax moth Galleria mellonella", de autoria de Paolo Bombelli, Christopher J. Howe and Federica Bertocchini, foi publicado no periódico Current Biology, volume 27, número 8, págs. 292-293, 2017, DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.cub.2017.02.060.


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Nanoplásticos: próximo flagelo dos oceanos?



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