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NOVIDADES
Um novo projeto do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) promete reduzir de 10 anos para até 10 meses o prazo para registro de patente na área de Ciência e Tecnologia. Programa semelhante aplicado em patentes verdes [para produtos e serviços voltados ao meio ambiente] já provou que é possível a redução do período de análise dos pedidos. O exame prioritário voltado para produtos e serviços inovadores desenvolvidos pelas instituições de ciência e tecnologia (ICTs) foi lançado pelo INPI no dia 22 de junho. O texto prevê que os pedidos aceitos no projeto-piloto tenham decisão final divulgada no prazo de oito a dez meses, em média - o mesmo aplicado no programa das patentes verdes, que se tornou permanente. Redução para o prazo de registro de patentes Créditos: Pró-Inovação Tecnológica De acordo com a resolução, o projeto piloto para patentes ICTs terá duração de um ano ou até que 200 pedidos de patente sejam considerados aptos. “É um teste para verificarmos a adesão ao programa e a nossa capacidade administrativa para analisar os pedidos”, destacou o diretor de Patentes do INPI, Júlio César Moreira. Segundo o INPI, em junho deste ano estavam na fila de patentes pendentes de decisão cerca de 6,2 mil pedidos somente de ICTs. O instituto encerrou 2016 com prazo médio de 10,8 anos para registrar uma patente. “O nosso problema é que temos um passivo muito grande para um número de examinadores muito pequeno”, justificou Moreira. O diretor enfatizou que a longa espera para análise dos pedidos é um problema histórico do instituto. Em 2012, o INPI lançou um programa para priorizar a análise de patentes de produtos e serviços voltados ao meio ambiente, as chamadas patentes verdes. "Hoje ele já é um programa permanente. Este ano, o prazo para decisão final das patentes verdes está em torno de oito a nove meses, o que demonstra que o INPI tem capacidade para acelerar o processo", afirmou Moreira. Após o programa de patentes verdes, o INPI lançou outras modalidades de exames prioritários, como para produtos da área da saúde e para pedidos cujo depositante é uma micro empresa ou uma empresa de pequeno porte. Segundo o diretor de patentes do instituto, os exames prioritários têm como objetivo favorecer a análise dos pedidos no ano em que são recebidos. “Nossa capacidade ainda é insuficiente para dar conta de todos os pedidos que entram no ano. A gente tem que ter um olhar diferenciado para o fluxo normal e a demanda corrente”, ponderou Júlio Moreira. Para requerer o exame prioritário de patente ICTs, o interessado deve consultar o passo a passo do processo no link do Projeto Piloto Patentes ICTs, na página do INPI. Na página do instituto há informações sobre as demais linhas que contam com exame prioritário. Segundo a advogada, a morosidade do INPI para analisar um pedido de patente inibe as empresas brasileiras de dar entrada no processo. "Isso é contrário ao crescimento do país em termos de ciência e tecnologia”, avaliou. Também especialista em propriedade intelectual, a advogada Paula Ajzen explica que ao ter um produto ou serviço patenteado, a empresa garante a exclusividade na exploração dele no prazo de 15 a 20 anos, dependendo do tipo de patente. “O risco de não ter uma patente é você desenvolver um produto inovador e ao colocar ele no mercado qualquer pessoa poder explorá-lo no seu lugar”, explicou. “Eles [investidores externos] sempre nos questionavam se a gente tinha alguma patente. Ao explicarmos que o prazo do INPI é de mais de dez anos, eles desistiam do investir. O investidor pede um prazo de retorno financeiro de 5 a 7 anos. Então, o prazo para ter a patente no Brasil é superior a este prazo”, reclamou o empresário. Duarte afirmou que investir em patentear um produto é primordial para quem visa o mercado externo. “O processo de investimento em patente se torna um dos principais ativos do negócio. A patente é uma proteção para o investidor de que ele vai ter o retorno que está esperando”, afirmou. Com a promessa de reduzir o prazo para patentes na área de Ciência e Tecnologia, o empresário diz ter expectativa de conseguir investimento estrangeiro em seu negócio. “Agora a gente entende que podemos voltar a bater na porta dos investidores”, disse o empresário Guilherme Duarte. “Mesmo num momento de crise [econômica] essa medida do INPI pode incentivar a ativação de investidores externos”, avaliou a advogada Marina Flandoli. “Se investe muito na pesquisa e no desenvolvimento de um produto. Então, ter a patente registrada é um retorno importante e um incentivo para mais investimento não só de dinheiro, como de tempo também”, acrescentou a advogada Paula Ajzen. G1. Posted: July 06, 2017. Assuntos Conexos: |
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