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NOVIDADES
Um dos maiores fabricantes de excipientes para medicamentos em todo o mundo, o laboratório brasileiro Blanver está deixando esse negócio para se concentrar na produção de medicamentos e de princípios ativos (IFA, ou insumo farmacêutico ativo). Ao mesmo tempo, a empresa pretende aproveitar a experiência em comércio exterior adquirida com os excipientes e tornar-se exportadora de medicamentos para tratamento da Aids. "A internacionalização dilui riscos e aumenta a massa crítica em medicamentos, com maior volume", diz o principal executivo do laboratório, Sérgio Frangioni. No caso específico da Blanver, a redução de risco está relacionada à diminuição da dependência em relação ao Ministério da Saúde, que é o grande comprador de seus medicamentos genéricos usados no tratamento do HIV. "Cada vez mais, o governo comprará dos laboratórios oficiais", explica. Medicamentos para tratamento da Aids. Créditos: Protec
Após analisar esse cenário de longo prazo, a Blanver definiu seu processo de transformação há cerca de dois anos. A estratégia começou a se consolidar em janeiro do ano passado, com a aquisição da CYG Biotech, que produz princípios ativos em Indaiatuba (SP). Mais recentemente, em junho, a Blanver acertou a venda de sua divisão de excipientes, a Itacel, para a francesa Roquette, que também produz ingredientes funcionais alimentícios. O valor das operações não foi divulgado, por acordo de confidencialidade. No ano passado, o laboratório teve receita líquida de R$ 333,2 milhões, com alta de 7,3%. Desse total, 49% foi gerado pela área de medicamentos e 51%, em excipientes. Já em 2018, afirma Frangioni, a área de farmoquímica (insumos) deverá exibir o mesmo faturamento que a empresa obtinha com o negócio de excipientes. A fábrica de insumos de Indaiatuba receberá investimentos para atender à demanda da unidade de medicamentos da Blanver, em Taboão da Serra (SP). "A produção própria de insumos estratégicos é fundamental para ganho de escala e menor dependência de fatores externos", diz o executivo. Em três ou quatro anos, a meta é alcançar exportações de remédios da ordem de US$ 50 milhões. O alvo inicial na estratégia de internacionalização da Blanver é a América do Sul, uma vez que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é reconhecida em muitos países da região. Em paralelo, o laboratório vai se preparar para entrar em países europeus, mediante o aval da agência europeia de medicamentos, Emea. Até o fim deste ano, os pedidos junto à autoridade europeia, à Organização Mundial da Saúde (OMS) e à agência canadense deverão ter sido protocolados. Em 2018, a Blanver buscará a permissão da agência americana Food and Drug Administration (FDA). Valor Econômico/Protec. Posted: 19 jul, 2017. |
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