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As gotículas de água aderem à superfície de alumínio quando este está frio e úmido. Como podemos evitar isto? "Uma das soluções para evitar a formação de gelo é revestir os elementos com camadas super-hidrofóbicas", diz Bartlomiej Przybyszewski, da Fundação Tecnology Partners. É precisamente nisso que alguns investigadores na Polónia estão a trabalhar, num projeto de investigação europeu, designado PHOBIC2ICE. Um destes revestimentos contém nanopartículas, que criam uma camada fina protetora e repelente no alumínio. Gelo em aeronaves. Créditos: Euronews
Os investigadores procuram várias formas de tornar os materiais hidrofóbicos. Estas tecnologias avançadas são inspiradas num fenômeno natural conhecido como "efeito Lótus". As folhas desta planta apresentam papilas e ceras epiticulares que conferem à folha uma elevada repulsão da água por ação de um ângulo de contacto entre a gota de água e a superfície da folha. Na Central de Investigação e Tecnologia da Airbus testam como se forma o gelo na superfície do avião. Um túnel de vento gelado, com um isolamento térmico em madeira, simula as condições atmosféricas e mostra exatamente como se forma o gelo em superfícies planas. "Basicamente, criamos uma nuvem gelada dentro deste túnel. A água que entra no túnel, congela no impacto com estas estruturas", afirma um investigador. A experiência demonstra que as partículas de água podem transformar-se em gelo no momento em que atingem o avião. As superfícies devem resistir à acumulação de gelo durante um tempo considerável para "sobreviverem" a outras condições adversas. "Precisamos de ter a certeza que estes revestimentos não só vão ser eficazes contra o gelo, mas que vão também resistir a outros agentes atmosféricos como a areia, quando atravessarmos uma tempestade de areia, a chuva, quando atravessarmos nuvens e os raios ultravioleta", diz Elmar Bonaccurso, cientista da Central R&T Airbus. Até o momento, a duração destes revestimentos deixa muito a desejar. A quantidade de revestimentos que seria necessário aplicar e reaplicar não é economicamente viável. "Neste momento, temos de usar o calor para aquecer estes elementos e não é muito eficiente. Requerem muito combustível. E os químicos que usamos para remover o gelo são prejudiciais. A engenharia de superfície será rentável e uma excelente solução", garante Jolanta Sapieha, docente do Politécnico Montreal. As pesquisas vão continuar e com o tempo talvez estes revestimentos se transformem numa solução capaz de competir com os atuais métodos de degelo dos aviões. Euronews (pt). Posted: Maio 28, 2018. |
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