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NOVIDADES
Há 40 anos, Frances morou no Brasil quando era pesquisadora junto ao professor José Goldenberg. Naquela época ela percebeu a forte vocação para o agronegócio, mas identificou gargalos e ameaças. Uma delas é a Lagarta de Cartucho (Spodoptera frugiperda), que tem afetado plantações de milho e se proliferado para lavouras de algodão e soja. Frances ganhou o prêmio Nobel de Química com a descoberta da “evolução dirigida”, que transformava enzimas para produzir sustâncias menos poluentes. Na mesma época criou também um novo método para produzir feromônios. Essas substâncias eram utilizadas no Brasil há 30 anos, mas em pequenos cultivos para eliminar pragas. O uso em grande escala sempre foi complexo, ineficiente e caro para o produtor. Com a descoberta de Frances, foi possível por meio da Provivi, startup da qual é fundadora, produzir feromônios para cultivos em grande escala com custo baixo. Frances Arnold, a quinta mulher a ganhar o Nobel de Química. Créditos: Dinheiro Rural
Com a descoberta que rendeu o prêmio Nobel, facilitamos o uso de enzimas catalizadoras. Isso reduziu o processo produtivo dos feromônios de sete etapas para três, tornando o custo de produção e venda mais barato. Os feromônios tradicionais tinham uma produção complexa e eram muito caros para o uso em plantações de milho e soja. Com o novo processo foi possível começar a aplicar feromônios em grandes cultivos tais como soja, milhão, algodão e cana de açúcar. Para cultivos de grande escala como milho, algodão e soja, esta técnica seria inviável, então utilizamos o “confundimento sexual”. Jogamos o feromônio em sprays, que serão pulverizados por meio de aviões ou drones nos cultivos para evitar que o macho se reproduza. Este ano vamos registrar o nosso produto e chegaremos ao mercado brasileiro na safra de 2021/2022. Vamos ofertar um produto competitivo com bom custo benefício para os agricultores. Estamos preocupados com as plantações que se tornaram resistentes ao uso de produtos tradicionais como inseticidas e transgênicos. Por este motivo trabalharemos com as safras de soja, arroz, algodão, milho e uva. No entanto, frente à resistência que alguns cultivos estão desenvolvendo para pesticidas e inseticidas, precisamos desenvolver tecnologias sustentáveis de forma integrada. Mas, também existem desafios como pensar na construção de uma agricultura sustentável, que garanta a preservação do ecossistema rico que o país tem. Essa visão nunca pode ser deixada de lado. O Brasil precisa cuidar muito dos seus recursos. O seu agronegócio tem uma dinâmica diferente de outros países, que precisa ser abordada com o objetivo de gerar soluções. Entre as vantagens do agro brasileiro destaco: ser pioneiro na utilização de compostos biológicos, por exemplo, no controle de pestes de cana de açúcar. Ou na integração da agricultura, pecuária e floresta onde a Embrapa desenvolve um trabalho com maestria. Mas é urgente melhorar o uso do solo, reduzindo o uso de pesticidas de fertilizantes. Adorei retornar ao país no qual trabalhei como pesquisadora em 1979. By Katherine Rivas. Dinheiro Rural. Posted: Jan 20, 2020.
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