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Nanopartículas de prata biossintéticas.

A idéia de produzir nanopartículas de prata através de métodos biossintéticos surgiu em 2001, quando as  equipes dos Professores Nelson Duran e Oswaldo Luiz Alves, respectivamente do Laboratório de Química Biológica (LQB) e Laboratório de Química do Estado Sólido (LQES), ambos do Instituto de Química da Unicamp, procuravam uma maneira de reduzir íons prata (Ag+) para prata elementar (Ag0), sem a utilização  de reagentes químicos usados nas reações convencionais de óxido-redução.

Depois de várias tentativas, a escolha recaiu sobre o uso de fungos e, dentre estes, o gênero Fusarium, bastante conhecido dos agricultores, dado aos fortes danos que causa no sistema circulatório das plantas. Vale lembrar que o Fusaryum foi responsável pelo chamado Mal-do-Panamá, que dizimou enormes plantações de banana na década de 50 naquele país e que, ainda hoje, é uma forte ameaça à agricultura extensiva de frutas e outros cultivares.

A viabilização deste estudo se deu através do estudo de várias cepas do Fusarium, da coleção do Laboratório de Genética e Biologia Molecular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP) de Piracicaba.



Cultura de Fusarium oxysporum.

Créditos: LQB/LQES/Unicamp


O trabalho de título: "Mechanistic aspects of biosynthesis of silver nanoparticles by several fusarium oxysporum strains", de autoria de Nelson Durán, Priscyla D. Marcato,  Oswaldo L. Alves,  Gabriel I. H. de Souza e Elisa Esposito, envolvendo pesquisadores do Instituto de Química da Unicamp e do Laboratório de Química Biológica e Biotecnologia da Universidade de Mogi das Cruzes (SP), foi publicado na revista Journal of  Nanobiotechnology, Vol. 3, n. 8 (2005).

Desde  sua publicação, este trabalho chamou bastante a atenção da comunidade, sobretudo em função de nele ter sido proposto um mecanismo para a produção das

nanopartículas metálicas, via redução dos íons Ag+,  mecanismo no qual intervém uma reductase nitrato dependente.  Avaliou-se, ainda,  que a obtenção de nanopartículas estáveis era devida ao fato de que parte da  "maquinaria" do fungo revestia a sua superfície, o que foi comprovado em trabalhos posteriores. Este estudo talvez tenha sido um dos primeiros onde foi mostrada a possibilidade de um enfoque de "green nanotechnology" na produção de nanopartículas. Em 2012  o trabalho já tinha atingido mais de 30.000 downloadings.

No início dos anos 2020, o trabalho atingiu 1000 citações na base Google Scholar, o que gerou uma carta de notificação do Grupo Nature-Springler, hoje proprietários dos direitos autorais  e editoriais do Journal of Nanobiotechnology.

Em decorrência desta pesquisa - inicial e pioneira -,  foi  realizado um grande número de projetos visando avaliar o potencial de aplicação das nanopartículas de prata biossintéticas como agentes antibacterianos, antifungicidas e suas associações com fármacos buscando avaliar os efeitos sinergísticos decorrentes. Foi depositada uma patente descrevendo o método de preparação, ao mesmo tempo que foram aprofundados os estudos de impregnação de nanopartículas de prata biossintéticas em têxteis e outros materiais.

O início desta pesquisa foi realizado com recursos da Rede Brasileira de Nanotoxicologia (primeira rede brasileira focada nesta temática financiada pelo MCTI/CNPq), no Laboratório CigeNANOTox, sediado no Instituto de Química da Unicamp,  sob a  coordenação de Duran e Alves.   A  Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo financiou parcialmente estas atividades.

LQES NEWS – Ano XIX – no 438, 14 de fevereiro de 2020/OLA.



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