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Gás carbônico (CO2), seu seqüestro e a Geoengenharia : um consenso ainda longe de ser alcançado !

As pesquisas sobre o seqüestro de CO2 não avançam muito. É verdade que este é um assunto difícil porque, de um lado não se pode capturar o CO2 senão nos lugares onde é emitido em grande quantidade, chaminé de fornos ou de fábricas, mas não quando de emissões difusas, como aquelas que saem dos escapamentos de nossos automóveis. As possibilidades de captura desse gás são, portanto, muito limitadas em porcentagem com relação à quantidade de CO2 emitido no mundo.

A solução de seqüestrar o CO2, uma vez capturado, em um dado reservatório, geralmente subterrâneo, é igualmente limitada porque os lugares adaptados para que isso seja feito são limitados em número e de capacidade baixa, relativamente a todo o CO2 que produzimos. Os poços de petróleo ou de gás dos quais se extrai o petróleo bruto ou o gás são reservatórios interessantes, porém, não são acessíveis em sua maioria (grande profundidade e jazidas off shore (no mar)), e não são necessariamente estanques. Essa será, em todo caso, uma operação custosa, da ordem de uns sessenta dólares, para seqüestrar um barril de CO2. Considere-se que, sendo o barril vendido atualmente por 35/40 dólares, o seqüestro de CO2 se torna pouco atrativo. Sem contar os efeitos secundários, sempre possíveis (fugas e acidificação dos oceanos). Em todo caso, esta continuará sendo uma possibilidade limitada, em termos de quantidade de retirada do CO2 de nossa atmosfera.

Outras pesquisas foram realizadas para estudar e desenvolver outros métodos baseados em princípios totalmente diferentes daquele que consiste em sua captura física ao sair das chaminés e seu seqüestro em reservatório. Algumas idéias surgem da técnica chamada Geoengenharia que visa tratar o problema globalmente, para todo o planeta. Uma técnica na qual os cientistas fazem um pouco o papel de "aprendiz de feiticeiro", porque ninguém conhece os efeitos secundários que ela pode engendrar.

A última idéia é baseada na constatação feita no Oceano Antártico que, em certas zonas do oceano (Ilhas Kerguelen, Crozet ou Geórgia do Sul), assiste-se a uma floração surpreendente de algas microscópicas, reconhecíveis mesmo por satélite. Foi descoberto que essa floração se produzia em certas zonas cujas áreas eram ricas em ferro e, inversamente, não se produziam nas zonas pobres neste elemento. Ora, a produção dessas microalgas em quantidade importante permitiria, sem esforço, capturar quantidades consideráveis de CO2. Fala-se de 1 bilhão de toneladas de CO2 por ano, quantidade esta incomparável com aquelas capturadas com nossas técnicas clássicas, e a custos de captura quase nulos.

Donde a idéia de "semear" o Oceano Antártico com partículas de ferro. O Instituto de Pesquisa Alemão Alfred Wegener tenta desenvolver essa técnica através de uma grande experiência no Atlântico Sul, próximo da costa da Argentina. Trata-se de semear 300 km2 de oceano com sulfato de ferro sob forma de nanopartículas e constatar in vivo o que resulta. O navio encarregado da semeadura, o Polarstern, nem bem chegou ao local e o Ministério da Indústria alemão, sob pressão de seu colegiado do Ambiente, e este sob pressão de ONGs ecológicas proibiram a ação. Para uma expedição que se preparava há um ano era, talvez, um pouco tarde para interromper! Mas é assim, os políticos ignoram esse tipo de contingências. Foi preciso, portanto, aguardar - "dando voltas na água" -, que uma instância superior viesse resolver a questão.

Descobriu-se, finalmente, que a dita expedição não infringira as regras da ONU e, portanto, foi dado um OK final. Agora, aguardam-se os resultados!





Nanopartículas de sulfato de ferro no mar?

Créditos: NaturaVox.


Outros pesquisadores, em laboratório, dizem que o ciclo do ferro é mais complicado que a constatação básica feita, e que outros fatores intervêm no processo, como a luz ou a variedade do fitoplâncton. E que, por conseguinte, essa experiência seria inútil. Se isso é uma recaída no complexo de NIH (do inglês Not Invented Here/não fui eu que inventei), uma inveja entre pesquisadores ou dogmatismo antigeoengenharia, não se sabe.

Há outras sugestões de prática de geoengenharia sugeridas por uns ou outros. Assim, o Prêmio Nobel de Química, o neozelandês Paul Crutzen, sugere espargir sulfato de ferro na atmosfera que agiria como refletor dos raios do sol. Outra possibilidade: cobrir nossos desertos com painéis fotovoltaicos que absorveriam a energia solar transformando-a em mais eletricidade. Idéias não faltam!

NaturaVox (www.naturavox.fr), consultado em 10 de março, 2009 (Tradução MIA).


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